Acordei do meu sono de beleza.
Decidi com o Príncipe Consorte qual dos dois iria com o carro bom (direção hidráulica, ar, vidros elétricos e, principalmente, rádio funcionando)
Meu Príncipe é maravilhoso e cedeu o carro bom para mim.
Nos encontramos mais tarde no dentista, quando ele se perdeu e ligou no meio da aplicação de flúor para perguntar qual era a sala.
Depois de limpar, arear, recauchutar, etc a gente se sente como a boca mais saudável do bairro. Dá vontade de sorrir para todos e mostrar nosso dentinhos perfeitos e saudáveis!!
Daqui a seis meses voltaremos para nova seção de limpeza bucal.
Despedida do Príncipe, com muitos beijinhos (agora com as bocas renovadas). Ele iria voltar à escravidão e eu, visitar minha amiga Empresária.
Mamis da Empresária teve um pequeno revés de saúde, mas está linda, loira, morena e japonesa se recuperando sob os mimos fofíssimos da filhinha.
No caminho, Linha amarela, a luzinha infeliz do combustível resolve acender. Xingando mentalmente meu Príncipe por ter entregado o carro no cheiro, começo a suar frio. Tenho que pegar toooooooda a Linha Amarela e depois a Linha Vermelha, atravessar uma floresta, matar dois leões, pular de cipó em cipó para chegar à residência da Empresária.
Um posto de combustível surge no horizonte e eu paro agradecida, como um sedento no deserto (aliás era assim que meu carrinho lindo deveria estar se sentindo).
A frentista parecia a Elba Ramalho em um dia pouco inspirado e cortou meu barato: não acietamos cartão. Como assiiiiiiim?!?!?! Julho de 2009, século 21!!! Aceitaram cartão em Mangue seco!!! Mangue seco!!!!! Norte da Bahia, onde nasceu Tieta!!! Lá aceitam cartão e em plena região metropolitana, cidade do Rio de Janeiro, é inaceitável não aceitar!!!
Enfins, segui com o c* na mão esperando que meu carrinho fofo não fizesse a putaria de acabar com o combustível todo antes de conseguirmos chegar ao próximo posto. Reparei então, só então, que apesar de estar na reserva, eu estava toda coquete, de ar condicionado ligado! Se eu ficasse na rua era culpa minha. Tá bom, eu sei que mereço...
Mas, cheguei ao querido posto dono do melhor sanduíche pós-rock-n-roll-all-night do planeta o Onderã. O frentista, querendo passar a moçoila aqui pra trás, pediu para verificar a água.
Acha que ele esperou o carro esfriar? Nãaaaao... Tirou a tampa daquele tanque cheio de líquido rosa (tá bom, não sei o nome das partes íntimas do meu carrinho) enquando o líquido lindamente borbulhava para fora.
- Olha, dona, é melhor a senhora comprar um vidrinho de líquido de arrefecimento! O carro estava fervendo!! Esse líquido está que é ferrugem só!
Fala séeeerio!!!!!!! Ele pensa que eu sou retardada. O líquido é rosa!! Respirei fundo e para parecer mais retardada ainda, mas não otária, respondi:
- Quem cuida disso é o meu marido, viu. Não vou comprar nada não.
Meu carrinho foi pra revisão na concessionária esse mês. Voltou de lá ainda mais lindo, trocou tudo quanto era fluido, fez rodízio nos pneus, alinhamento e cambagem, trocou filtro do ar condicionado, um luxo!! O frentista (Zé Ramalho, aliás acho que estou inspirada pelos cantores nordestinos) fez um muchocho, mas enfim...
Para terminar o relato das peripércias da tia Roots, me chega um coroa tronchinho dizendo cheio de circunstância:
- Quando for vender o carro me avisa.
Assim! Do nada! Surgiu da terra, se materializou na minha frente e falou as palavras como se íntimos fôssemos. Ô tio sukita, se toca que não tenho ou quero ter seu telefone! Cada um mais maluco que o outro. Acho que era cantada pra pegar meu telefoen ou eu o dele. Sei que ainda dei trela.
- Ah, mas esse meu carro é muito bom. Nem tão cedo vendo ele, não.
- Mas eu não estou nem um pouco interessado no carro, eu quero mesmo é a placa.
!!! Pra que será que ele iria usar uma placa de carro sem o carro? Iria guardar a placa na garagem e jogar o carro fora?
Ele respondeu que era a matrícula dele na Policia. Pê-u-éle-i-cê-cedrilha-ó. Otoridade máuxima!
Acho que quis impressionar.
Conseguiu. Estou impressionada!!! No mau sentido.
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