quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Diário da Cintura - Capítulo XIV: Três Meses e Meio de Waist Training

Diário da Cintura - Capítulo XIV
Três Meses e Meio de Waist Training

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2013.

Como Anda Minha Cintura
Bem, obrigada.
Mas o progresso não se deu como eu tinha planejado. E não porque eu tenha me deslumbrado. Foi uma série de eventos que fez com que meu treino estacionasse.

Pra começar, em no início de outubro, com a chegada do segundo corset de treino encomendado na Ms. Morghann eu imaginei que poderia seguir o ritmo vertiginoso de redução que havia rolado com o corset Madame Sher.
Antes de tacarem as préeedas, eu juro que quando iniciei o treino não esperava conseguir reduzir 12 cm e fechar o corset tão rápido. Achava que levaria uns 3 meses. Por isso quero deixar CLARO que o tempo de progresso é uma característica particular do corpo de cada pessoa e a minha não pode ser levada como padrão.
Paciência e perseverança são as melhores qualidade de uma waist trainer.


E por que eu tive uma redução tão grande no início que não consegui dar prosseguimento depois?
Minha tioria é que no início, como tinha uma protuberante pança de gordura - toda à base de cerveja e cultivada com muito carinho - e gordura é um troço mais fácil de moldar, consegui empurrar a banha pra lá e pra cá, deixando o caminho mais livre e uma cintura mais fina.
Quanto menos gordura a redução passa a ser mais difícil, porque vai depender da remodelagem das costelas flutuantes. E osso é bem mais teimoso que gordura.


Quê mais?
Bom, também rolou o lance da contratura muscular. Ficava impossível tentar arrochar mais com a costela doendo do jeito que estava.


Ah, tá. E agora? Porque o treino está parado?
Pois veja: não estou mais com dor, mas continuo usando meu corset da Madame Sher.
O coitadinho está mufibento, meio raladinho onde o tecido entra em atrito com outros tecidos. Mas também, se usar uma média conservadora de 8 h por dia de uso e contar que já uso ininterruptamente - TODOSOSDIAS - a gente chega ao impressionante número de 850 horas de uso. E olha que eu acho que já estou usando o corset por mais tempo que isso...

A verdade é que não me adaptei ao corset Ms. Morghann.
Isso não é por conta da corsetière, a Bárbara. Ela é super competente e acessível e o produto é de altíssima qualidade. Mas eu fiz uma série de suposições que estavam erradas e tomei várias decisões equivocadas.
Apesar de que, pra tudo tem um jeito, né?

- Primeiro ponto: Achei que um corset de tela seria mais confortável, mas a verdade é que ele marca mais a pele e é mais flexível, já que só possui uma camada. Portanto, acredito que esse corset tenha a função muito característica de manter uma medida consolidada por um corset de material mais robusto, feito com várias camadas.

- Segundo ponto: O shape do corset é diferente do shape do primeiro corset que usei. O Madame Sher tem uma silhueta cônica e o Ms. Morghann tem a silhueta de ampulheta. Eu gosto mais e acho mais natural a silhueta cônica.
Se eu tivesse mais conhecimento na época em que pedi o corset, teria me tocado que a silhueta seria diferente, porque o corte dos painéis é diferente. Os painéis frontais do Madame Sher são em V (dando mais suporta às panças protuberantes como a minha), e os do Ms. Morghann são retos (o que somado ao material e ao uso correto do corset resultam no formato ampulheta da peça).

A primeira silhueta (vermelha) é a de ampulheta que eu não gosto.
A segunda (pink) é a cônica, minha preferida.
(crédito da imagem para Fashionox)

- Terceiro ponto: E eu fiz algumas burradas no fornecimento das medidas. Deveria ter fornecido as mesmíssimas medidas que forneci para a confecção do corset Madame Sher. Acontece que mesmo o corset Madame Sher tem alguns pontos que poderiam ser melhorados e eu achei que editando as medidas conseguiria reverter e melhorar o caimento desse novo corset.
No termo de compromisso a corsetière Bárbara deixa bem claro que um erro de até 1,25 cm está dentro da margem aceitável e sem direito a reclamações.
Pois bem, a medida entre a cintura e o tórax (embaixo do peito) que enviei foi de 11 cm. Menor do que os 12 cm que enviei para a Madame Sher, porque achei que o corset antigo empurrava meus peitos muito pra cima. O corset novo veio com 10 cm entre a cintura e a linha de tórax - ainda dentro da tolerância. Ou seja, eu deveria ter pedido os 12 cm e teria a altura perfeita....
Por outro lado, a medida entre a cintura e os flancos que enviei era de 13 cm, e a medida entre a cintura e o quadril 20 cm. O corset veio com 18 cm. Não é nem uma medida nem outra.
O Madame Sher tem 16,5 cm relativa à medida entre cintura e flancos enviada por mim de 14 cm. E na tabela de medidas Madame Sher não há a necessidade de informarmos a distância entre cintura e quadril. Portanto a medida de 16,5 cm é uma estimativa feliz, e que foi perfeita para meu corpo.

- Resultado: O que aconteceu é que sentada o corset incomoda demais!
As coxas empurram o corset pra cima, a cintura se desloca pro alto, e eu fico com uma pontada de dor nas costas do lado esquerdo mesmo deixando o corset frouxo.
Em cima o corset ficou muito curto. Ele acaba muito longe da curva do peito. Dessa maneira as gorduretes fogem para cima e deixam o corset marcado.



Além de eu não ter conseguido me adaptar de jeito algum ao modesty panel flutuante, que necessita uma luta de foice pra conseguir ficar no lugar enquanto a gente aperta o corset. Eu levava muito mais tempo tentando fechar esse corset do que fechando o Madame Sher. E minha manhã é muito apertada para eu perder tempo com qualquer coisa a mais.

Por conta de ser curto em cima, ele não é tão alto atrás como o Madame Sher, então não dá o tanto de apoio às costas com o qual eu estava acostumada.

Por todos esses motivos eu continuo usando meu velho corset de treino Madame Sher.

- Próximos passos: Alguns meses se passaram e meu lindo corset Ms. Morghann está guardado no seu saquinho de cetim, abandonado. Um corset foi feito pra ser usado! Ele precisa de carinho e atenção! Mas do jeito que está, eu jamais vou conseguir usar o bichinho.
Depois de ler a postagem da Iris Duarte "Reforma e Ajustes em um Corset" no Tight Lacing Blog, resolvi tomar uma atitude que alimenta: vou entrar em contato com a Bárbara.
Sobre a modelagem dos painéis não há muito o que se fazer. Nem sobre o comprimento superior. Mas sobre o comprimento inferior, que é o que realmente torna o uso muito doloroso - já que prende a circulação das perna quando estou sentada e empurra a cintura para cima, causando dor na coluna - isso sim dá pra corrigir.
Acredito que enviar um e-mail respeitoso, com todos os dados, fotos e etc. é respeitar o trabalho da Bárbara e respeitar a mim mesma. Não acredito que ela vá ficar chateada com isso.


Mais reformas à vista
Outro episódio que me deixou bastante frustrada foi a compra do corset Overbust de Couro Sintético da Black Cherry Corsets.

- Primeiro ponto: Demorou demaaaaaais pra entregar. O prazo de entrega era de 35 dias e demorou 50 (!!!) dias para ser entregue!
A Suzane Barbosa, corsetière do Black Cherry Corsets é super simpática e acessível, me informava o tempo todo dos problemas que estavam rolando com uns fornecedores dela, mas a confecção e entrega do pedido demorou absurdamente. Esses 50 dias são sem contar o tempo de troca de e-mails - só estou levando em conta o quanto demorou do fechamento do pedido até a chegada na minha casa.

Mas quando chegou, ele era realmente lindo!

Olha que coisa linda a frente!!!
Adorei a distribuição das barbatanas!

As costas também são lindas.
Ele tem um modesty panel atrás do qual eu gostei, apesar de ser flutuante.

Detalhe das costuras lindamente executadas e do interior de brim macio.

O acabamento dos vieses está muito bem feito também!

Planejei usar o corset para sair com meu Príncipe dia 30 de outubro.
A gente foi à estreia da cerveja The Trooper do Iron Maiden no Rio de Janeiro no Bar do Botto, na Tijuca, e depois fomos ao show da banda Asylum, cover de Kiss, no Calabouço, também na Tijuca.
Uma noite memorável e fabulosa!

- Segundo ponto: Ao vestir... Problemas com a modelagem.
Apesar da silhueta ser absurdamente maravilhosa, o formato cônico do corpo ter encaixado como uma luva, ter valorizado muito minha cintura, do formato lembrar um corset Eduardiano moderno (frente reta, achatando lindamente a barriga, e costas empinadas perfeitas para mim, que tenho um derrière empinado), o bojo ficou muito curto para meus peitos.
Eu tinha de tomar cuidado, porque qualquer movimento mal calculado poderia me colocar na capa da Playboy! huahahaha

Apesar da silhueta cônica perfeita, meus peitos estavam quase se suicidando.
E eu nem apertei o corset o quanto podia por medo de espremer os peitos ainda mais e eles efetivamente pularem pra fora.

Nessa foto dá pra ver melhor como o bojo era curto, quase um midbust.
Eu tive de ficar a noite inteira com uma  echarpe em volta dos ombros porque estava muito insegura com a perspectiva de pagar peitinho.
E o que dá mais pena é que o shape é lindo!!!!

Atrás não estava completamente apertado.

E pra piorar a situação, ao chegar em casa descobri que, mesmo sem apertar muito, senão meus peitos pulavam, o busk tinha rasgado sua canaleta e ficou pra fora.

O busk é arredondado, mas mesmo assim rasgou o tecido.

Fiquei sem saber o que fazer...

Meu primeiro corset para tight lacing - não para waist training - e deu tudo errado.
Não sei se adianta trocar: uma nova peça com a mesma modelagem vai me deixar quase de peito de fora do mesmo jeito, e com o mesmo tecido vai rasgar do mesmo jeito.
No final das contas, pra trocar vou ter que escolher outra peça, de outro tecido e outra modelagem. Acontece que eu não queria um underbust porque não vou usar por fora da roupa. Eu queria um overbust pra usar como roupa.

E, sobretudo, não queria aborrecer a Suzane porque ela foi super solícita e super legal comigo.
Acho que foi uma combinação de fatos azarados, mas que em nenhum momento comprometem a competência e a qualidade do trabalho da Suzane.

- Resultado: De toda maneira vou mandar um e-mail com as fotos para a Suzane. Continuo achando que não é desrespeitoso colocar meus pontos de forma coerente e educada e que ela pode até mesmo achar positivo, pois possivelmente reverá a modelagem e certamente reverá o fornecedor do tecido que se rasgou.

Pra fechar o post, devo dizer que recomendo muito tanto a Bárbara do Ms. Morghann quanto a Suzane do Black Cherry Corsets.
Nos dois casos foram coincidências infelizes que fizeram com que os corsets não ficassem bem em mim. Mas as duas corsetières foram super solícitas, presentes, acessíveis, além de serem ambas competentes e do trabalho ser de altíssima qualidade.

4 comentários:

  1. Cheguei aqui sem querer! Estava procurando outra coisa e nem sei como cliquei no seu post, claro, não uso Tight Lacing e nem sabia o que era isso. Mas você é tão divertida que fui lendo e gostando, haha !
    Acho que vou usar agora :P, isso é só pra mulher, né?
    Brincando!
    Abraço e continue desse jeito, bem humorada!

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    1. Obrigada, amigo!!
      Tem tight lacing para quem quiser! Huahahahaha
      É só falar comigo que eu te coloco por dentro dos babados!

      Obrigada pelo carinho <3

      Beijão!

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  2. Gostaria de saber se ainda faz o uso. Estou com vontade de iniciar com a madame sher mas tenho dúvidas. Também sou do Rio.

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  3. Gostaria de fazet o uso do madame sher mas tenho muitas duvidas ainda sobre. Voce ainda usa? Como foi o progresso?

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