segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Meeeeda!

Ontem, um domingo mais parado do que água para mosquito da Dengue, mais morto do que Michael Jackson, mais... OK, já deu pra entender. Enfim, ontem, sem nada edificante para fazer, passei o dia inteiro morgando em frente à tv (coisa que só faço nos fins de semana monótonos).



Zapeando para lá e para cá, procurei o canal 89, aquele que nunca me deixa na mão, o VH1. Estava passando um documentário assustador: "Princesinhas: As Mini Misses da América".



Sabe o filme "A Pequena Miss Sunshine", quando uma família inteira se une, é lindo, todos se somprometem a alcançar um mesmo ideal: fazer com que sua filhinha fofa Olive (Abigail Breslin) participe e ganhe o concurso "Pequena Miss Sunshine". Só chegando lá é que descobrem a bizarrice do concurso. Então todos os nossos paradigmas sobre ganhadores-perdedores são sacudidos, pois nos perguntamos: é vencedor quem ganha esse tipo de concurso?



Pois bem, o documentário hardcore da VH1 era sobre os bastidores desse tipo de competição. Acompanhando a trajetória de quatro garotinhas, com idades variando entre 4 e 6 anos (!!!), vão sendo revelados os detalhes estarrecedores dos concursos de beleza para crianças nos Isteites Iunaitedes.



Primeiro o pefil psicológico das mamãs: todas mulheres que um dia foram muito bonitas e deixaram de sê-lo por uma razão ou outra. Seja porque tiveram de abrir mão em favor da maternidade, do casamento, ou do que quer que seja. Então, projetam nas criancinhas suas frustações. Sim, porque as próprias criancinhas DETESTAM os concursos, os penteados, os vestidos, a maquiagem, as dentaduras...



Os acessórios: cada vestidinho chega a custar U$ 2,000.00, ou seja quase R$ 4.000,00! E são usados apenas uma vez, pois perdem seu valor depois de estreados. Além disso as criancinhas seguem dietas, fazem bronzeamento com air-brush, usam dentadurinhas para dar a impressão de "sorriso Colgate", além dos penteados armados à la Barbie dos anos oitenta, que nenhum furação consegue desarmar.



Pela ótica das mini misses: elas têm de acordar cedo para se prepararem corretamente no dia dos concursos. Três horas fazendo o cabelo, entre bobs, pranchas, escovas e laquê, muito laquê. Depois a maquiagem. Mais pesada do que de atriz de novela depois do advento das câmeras HD. Isso tudo numa pele infantil, que jamais deveria ser exposta a tanta química, provavelmente trazendo envelhecimento precoce para as crianças. Em seguida seus vestidinhos bolo-de-noiva de U$ 2,000.00 são colocados em seus corpinhos e els são conduzidas, como macaquinhas de circo, ao palco para pularem, dançarem e fazerem gracinhas.



Uma multidão vai à procura desses concursos. A grande maioria mulheres com o mesmo perfil das mães das crianças.



No final uma mãe falou que a filha nem ao menos entende quando ganhou ou perdeu, mas que não vai avisar que ela perdeu para não chateá-la.



Que coisa revoltante! Tudo isso, todo esse dinheiro não é sequer em razão da diversão das mini misses, é para inflar o ego doente de um bando de mulheres recalcadas e infelizes consigo mesmas.



Fico pensando o que será da cabecinha dessas garotinhas daqui a trinta anos. Provavelmente elas serão as próximas mães das Mini Misses da América de 2040.



O armagedon está próximo!!!!

2 comentários:

  1. Pois é, como quando criança eu era uma criança muito linda, minha mãe resolveu entrar nessa porra dessa neurose (vc viu que passa de geração em geração) de me colocar em um concurso de beleza na escola. Como eu sou uma lady desde tenra idade, e as pessoas sabem muitíssimo disso em um intervalo que nós, as garotas coquetes tinhamos que ficar lá esperando, eu resolvi limpar o salão em pleno palco e joguei a meleca em cima de uma garotinha. Fui desclassificada na hora...Ainda bem, hoje eu penso, logo existo.
    Beijos,
    Nô.

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  2. É uma pena. Nunca pude participar de um concurso desses, mas tb se participasse não teria muita chance mesmo. Tudo bem, se o concurso fosse da maior cabeça ou o maior comedor de lama ou, quem sabe, o maior roedor de pão duro, ai sim eu teria chance. Da maior cabeça era titulo certo...

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